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Coronavírus pode causar sequelas psicológicas

  • Foto do escritor: Jornal Informes
    Jornal Informes
  • 31 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de jun. de 2021

Ansiedade, depressão e Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) são apenas algumas das sequelas psicossomáticas que o coronavírus tem gerado.


Por Victória Kariny


De 402 pacientes, 55% apresentam ao menos um distúrbio psicológico. Foto: Banco de dados da Unsplash.





Em 2019, o coronavírus foi descoberto na China e desde lá vem assombrando a vida de muitos. Somente no Brasil, em maio deste ano, 16.342,162 milhões de pessoas já tinham adquirido o vírus. As sequelas que o agente infeccioso infringe vêm sendo descobertas de forma rápida. Uma das que tem chamado atenção dos especialistas são os problemas psicossomáticos, que permanecem ou são descobertos mesmo após a cura da doença.


Em julho de 2020, Mario Gennaro Mazza e sua equipe da Scientific Institute Ospedale San (IRCCS ) confirmaram, a partir de uma pesquisa publicada pela ScienceDirect, que de 402 pacientes 55% apresentaram ao menos um distúrbio psicológico um mês após receberem alta do hospital. No entanto, de todos os transtornos que o vírus pode causar, a ansiedade foi o mais comentado, estando presente em 42% dos casos.


A psicóloga Adenísia Pereira explica que o fato de algumas pessoas ficarem com sequelas psicológicas pode ser devido ao medo de morrer, ou por algum trauma sofrido durante a intubação. “Pesquisadores afirmam que acontece um tipo de inflamação em partes do cérebro, diminuindo o número de sinapses (região de proximidade entre um neurônio e outra célula por onde é transmitido o impulso nervoso). Diante disso, a conexão entre neurônios diminui também, causando consequentemente algum tipo de transtorno psicológico", afirma a psicóloga.


A OMS (Organização Mundial da Saúde), recomenda que a população evite o contato com notícias que possam causar ansiedade ou estresse. Em meio ao caos enfrentado mundialmente, quem já percebe os efeitos psicológicos da doença precisa recorrer a algum profissional antes que sua situação piore.


"Temos dificuldade de lidar sozinhos com as incertezas que esse contexto tem trazido”, avalia Adenísia. “É indispensável o acompanhamento psicológico através da psicoterapia. Nesse acompanhamento, o psicólogo ajudará a pessoa a ressignificar aqueles momentos traumáticos trazidos pela doença, para que a partir daí ela consiga lidar com as emoções”, complementa a psicóloga.


Vivendo as sequelas


Sérgio Faria, tesoureiro assistente na Associação Mineira Central (AMC), tem 59 anos e adquiriu a Covid-19 no final de 2020. Ele explica que, mesmo após cinco meses de cura, ainda enfrenta sequelas. “Quando vou para o segundo piso do meu trabalho, sinto dificuldade e preciso parar para repôr o fôlego. Sinto também que minha memória piorou e que agora estou ansioso. Hoje tenho pensamentos negativos e quando as pessoas me tratam mal, isso pesa muito mais para mim”, confidencia.


De todas as consequências que a doença trouxe, a pior delas é o sentimento de morte iminente. “A todo momento pensava que iria morrer, tudo para mim era uma despedida”, declara Sérgio. Porém, mesmo com todas as circunstâncias enfrentadas, Faria explica que é possível tirar boas lições. “Depois do coronavírus, minha família e eu nos aproximamos ainda mais, passamos cinco dias de férias juntos e eu até descobri coisas sobre os meus filhos que não sabia. Hoje dou muito mais valor a presença de cada um”.


Diante da incerteza de quando o contágio do vírus irá terminar, o tesoureiro mineiro conclui com um conselho relacionado às suas crenças pessoais: "Que vocês se aproximem de Deus. Está sendo muito difícil, então se você ainda está distante essa é a hora de se aproximar.”


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