Pandemia dificulta situação do transporte público
- Jornal Informes
- 2 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Redução no número de veículos públicos causa aglomeração e preocupação por parte dos passageiros que precisam do serviço para trabalhar.
Por Solimar Mayara

Apesar da pandemia do coronavírus, passageiros ainda têm que se aglomerar para usarem o ônibus. (Foto: Fernando Priamo)
Desde a chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, em março de 2020, muitas pessoas têm enfrentado diversos tipos de dificuldade com relação ao trabalho e sustento do lar. Parte da população sofre as consequências do novo coronavírus de maneira ainda mais intensa, pois os brasileiros que precisam comparecer ao local de trabalho presencialmente, têm de lidar diariamente com o risco da exposição ao vírus quando precisam utilizar o transporte público.
Segundo dados coletados pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), o número de passageiros nos ônibus que circulam na cidade de São Paulo cresceu gradativamente desde maio de 2020. Mesmo com a redução do número de veículos, que antes da pandemia eram 13 mil, e desde de junho de 2020 passaram a ser 12 mil. Em consequência disso, percebeu-se um aumento no número de passageiros, que, por estarem aglomerados, correm maior risco de contaminação pelo vírus.
Ana Carolina Davi é jornalista e precisa pegar o ônibus diariamente para comparecer ao trabalho. Ela percebe que houve uma diminuição da quantidade de ônibus circulando na região metropolitana de Campinas. Ela afirma: “ao invés da empresa de transporte urbano aumentar a frota de ônibus, eles diminuíram, para reduzir os gastos." Além disso, segundo ela, a maior dificuldade encontrada ao utilizar o transporte, foi a de precisar manter o distanciamento social em um ônibus superlotado.
Ana acredita que as regras de prevenção contra o vírus têm sido seguidas pelos passageiros, porém, com a diminuição de veículos públicos, há um grande risco de contaminação no espaço abarrotado. Ana conta: “acho que não depende muito dos passageiros. A máscara é obrigatória em todo lugar, mas a meu ver, essa iniciativa deve partir da empresa de transportes." A jornalista ainda complementa que, se a empresa de ônibus aumentar a quantidade de veículos, então os passageiros não terão o problema da aglomeração.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) é responsável pelos ônibus que circulam na região metropolitana de Campinas. Ela divulga semanalmente notas com as atualizações dos veículos e das rotas, porém a população sente uma grande dificuldade para entrar em contato com a empresa a fim de efetuar reclamações ou tirar dúvidas, fato que, em um período de pandemia, reflete um descaso para com os passageiros.
Meios alternativos de locomoção
Além dos ônibus, outras opções de transporte para os trabalhadores são as vans, os carros por aplicativo ou as caronas. Fernando Borges, motorista de van em Engenheiro Coelho, transporta crianças que estão tendo aulas presenciais. Fernando conta que apesar de ser mais difícil para as crianças terem noção da gravidade do vírus, elas também compreendem a situação. Ele conta: "Com uma boa conversa e explicação, elas entendem que o distanciamento e o uso de máscaras são fundamentais."
O motorista por aplicativo Paulino Cardoso, que trabalha nas cidades de Engenheiro Coelho e Limeira, diz notar o descaso que muitas pessoas têm com a pandemia. Cardoso confidencia: "Já peguei corridas em que o passageiro quis entrar no carro sem máscara e sentar no banco da frente, eu não admito isso e cancelei a corrida." Segundo ele, todo cuidado é pouco nesse momento, por isso sempre pede para os passageiros ficarem no banco traseiro do carro, e usarem álcool em gel durante toda a corrida.
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