Semana do Meio Ambiente: Projetos ambientalistas promovem a conscientização

A primeira semana de junho é dedicada à conscientização ambiental.

Por Ester Leite

Data instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) já é o maior meio de atenção pública para o meio ambiente e tudo que o envolve.

A semana do meio ambiente é uma iniciativa que tem por objetivo promover projetos, palestras e orientações com a participação da população e instituições. Seu intuito é de preservação e conservação dos recursos naturais cada vez mais ameaçados pela intervenção humana, principalmente por interesses comerciais, como o desmatamento e a biopirataria.

Com a pandemia, a semana do meio ambiente de 2020 passou por alterações para segurança de todos. As atividades foram desenvolvidas de forma online, por meio de postagens em redes sociais, palestras e debates. Este ano seguirá do mesmo modo.

O professor do Departamento de Educação Ambiental de Praia Grande- SP, Leonardo Casadei, e autor do livro “Aves da Costa da Mata Atlântica”, conta como são realizadas as atividades nesta semana. Segundo ele, a instituição busca inovar em atividades e palestras, com temas de preservação ambiental, cita exemplos como: “Situação da Pesca e Consumo Consciente”, “A Importância da Arborização Urbana” e outros.

Durante o evento, que ocorre normalmente na sede do Departamento, são desenvolvidas conjuntamente, ações com os estudantes da rede municipal, como plantio de árvores, aulas na sede e estudo em barcos pelo manguezal da cidade. Os resultados de alcance de público são maiores do que o esperado, com feedbacks sempre positivos.

Sobre o reflexo no cotidiano dos envolvidos, comenta que não há como prever como cada um aplicará os conhecimentos adquiridos, porém, acrescenta: “acreditamos sempre que a sementinha foi plantada. Educação Ambiental é um trabalho de formiguinha.”

A pandemia alterou a forma de suas programações, que serão totalmente online, por meio de ambientes de aprendizagem. Contendo atividades envolventes com o lançamento de uma gincana verde, “a respeito da questão dos resíduos sólidos e da importância da coleta seletiva”, conclui Casadei.

A bióloga e MBA em Gestão Ambiental, Moema Rubia, acredita que apesar de possuir ações pontuais e movimentar a população, o tema deve estar na mente, reflexão e ação dos envolvidos. Ressalta que ter qualidade de vida é inerente a viver em um ambiente equilibrado, informação que deve ser transmitida.

A especialista ainda faz um conectivo com a população brasileira de maioria urbana (84,72% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE), e a perda da saúde, vínculo, senso de responsabilidade e afeto, que ela acredita ser preciso recuperar. É preciso elaborar práticas que mudem o hábito dos cidadãos, influenciando a participação de outros em causas relevantes para todos, principalmente no momento atual, quando assinar petições e fazer a diferença, por exemplo, não implica em sair de casa.

A responsabilidade de envolvimento é individual de cada cidadão e das grandes empresas, estas, que causam o maior impacto ambiental. Moema ainda acrescenta a importância de os cidadãos exigirem um posicionamento dessas instituições, como direito dos consumidores.

Para ela, o reflexo dessa semana na sociedade, se bem elaborada, além de aproximar empresas, políticos e a população a atuar em benefício de uma causa, também pode motivar pessoas que desenvolveram novos projetos, com potencial de alcance de muitas outras. E reafirma: “a vida não é capaz de seguir adiante sem um meio ambiente equilibrado, já que somos parte da natureza.”

Em relação a pandemia, declara que o momento é realmente difícil, porém, a semana ainda é capaz de atrair muitos. Essa situação pandêmica, embora delicada, tem feito muitos repensarem seus hábitos e ações. “Sobre conteúdos informacionais, as lives têm se tornado comuns a muitos'', acrescenta Moema.

Outro projeto criado, no dia do meio ambiente, foi o Programa Nascentes, regulado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), iniciativa do Governo do Estado em 2014. O projeto alcançou, no ano passado, a reparação de 20 mil hectares de matas ciliares em SP.

Assim como a Semana do Meio Ambiente, conta com o apoio de instituições públicas e privadas, toda a sociedade civil e poderes públicos, estes, encaminham capital para suas atividades. Entre seus principais objetivos está a conservação de suas águas, uma vez que essa vegetação protege as nascentes de contaminantes, e impede que sequem e reduzam a reserva de água de São Paulo.